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Agro brasileiro encerra 2025 com produção elevada e atenção ao clima
16/12/2025, 09h
O agronegócio brasileiro encerra 2025 em um cenário marcado por produção robusta, estabilidade nos mercados globais e crescente atenção às variáveis climáticas. A análise do Agro Mensal de dezembro, elaborada pela Consultoria Agro do Itaú BBA, indica que o desempenho das principais cadeias produtivas segue condicionado à regularidade das chuvas, à demanda internacional e ao comportamento dos custos de produção.

O fenômeno La Niña permanece como fator relevante no encerramento do ano e no início de 2026. As chuvas retornaram com maior frequência ao Centro-Norte do país ao longo de novembro, favorecendo o avanço do plantio e o desenvolvimento das lavouras. Ainda assim, a distribuição irregular das precipitações manteve áreas sob estresse hídrico, especialmente em partes do Cerrado e do Sul do Brasil. No Rio Grande do Sul, a redução dos volumes de chuva afetou culturas de verão, enquanto contribuiu para a colheita das culturas de inverno.

Na soja, os preços internacionais apresentaram valorização ao longo de novembro, impulsionados pela retomada das compras chinesas nos Estados Unidos. No mercado interno, as cotações mostraram leve recuo, refletindo o avanço do plantio e a expectativa de uma safra elevada. Mesmo com atrasos pontuais, a produção brasileira segue projetada em patamar recorde, sustentada pela demanda interna e externa, ainda que com aumento dos estoques ao final do ciclo.

O milho acompanhou o movimento positivo observado em Chicago, apoiado pela demanda firme e pela competitividade do grão norte-americano. No Brasil, os preços permaneceram sustentados pela demanda para ração e etanol, compensando um ritmo de exportações abaixo do esperado em alguns momentos. O andamento da colheita da soja e a definição da janela da segunda safra seguem como pontos de atenção para o planejamento de 2026.
No mercado de trigo, a combinação de produção elevada, estoques globais confortáveis e maior competitividade da Argentina manteve pressão sobre os preços domésticos. A colheita praticamente concluída no Brasil resultou em oferta abundante e qualidade satisfatória, enquanto o cenário internacional segue marcado por revisões positivas na produção e nos estoques globais.

O arroz enfrentou um ambiente de preços pressionados ao longo do segundo semestre, refletindo estoques elevados e exportações abaixo do volume necessário para equilibrar a oferta. Apesar do avanço do plantio da nova safra, a área projetada para 2025/26 indica retração, o que pode contribuir para um ajuste gradual entre oferta e demanda nos próximos ciclos.

No algodão, os preços permaneceram sob pressão tanto no mercado internacional quanto no doméstico, influenciados pela ampla oferta global e pelos estoques elevados. As exportações brasileiras seguem como principal sustentação do setor, ainda que as margens dos produtores permaneçam apertadas diante dos custos e da dinâmica do mercado internacional.

Entre as proteínas animais, a pecuária de corte manteve preços relativamente estáveis, com aumento da oferta e exportações em patamar elevado. A demanda chinesa segue como fator determinante para o equilíbrio do mercado, enquanto o encarecimento do bezerro continua impactando a reposição. Na avicultura, as margens permaneceram favoráveis, mesmo com alta nos custos de ração, sustentadas pelo equilíbrio entre produção, consumo e preços. A suinocultura apresentou estabilidade no mercado interno, com exportações mais fracas em novembro, mas com perspectivas positivas para o médio prazo.

O relatório também destaca o papel dos fertilizantes e insumos no planejamento das próximas safras. A China ampliou sua participação como fornecedora ao Brasil, enquanto os preços e a logística seguem como fatores estratégicos para a tomada de decisão dos produtores em 2026. O cenário geral aponta para um agronegócio resiliente, com desafios climáticos e de custos, mas sustentado por demanda consistente e posição relevante do Brasil no comércio global de alimentos.

FONTE. AGRO E PROSA - DIVINO ONALDO
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